terça-feira, 2 de junho de 2009

Presidente da Abae lança livros que explicam os benefícios da Equoterapia no tratamento de portadores de paralisia.



Inspirada pelo próprio filho, Yuri Guimarães, portador de paralisia cerebral e primeiro paciente a ser tratado através da equoterapia na Bahia, Maria Cristina Guimarães Brito, presidente e fundadora da Associação Baiana de Equoterapia (ABAE), escreveu dois livros sobre o assunto: Minha Caminhada 1 e Minha caminhada 2. Os livros contam o processo de desenvolvimento de Yuri durante os anos de tratamento e informam sobre o aspecto cinético da equoterapia.

A vontade de ver o filho ter uma vida normal fez Maria Cristina conhecer a equoterapia e implantá-la em Salvador. A recuperação de Yuri, que hoje trabalha na Petrobrás e acaba de se graduar em publicidade e propaganda, estimulou a pedagoga a retratar em forma de diário o dia-a-dia e o tratamento das pessoas que podem contar com a ajuda da terapia.

Segundo Maria Cristina, o primeiro livro é baseado na questão familiar. “Quis contar sobre o processo de aceitação do filho especial, como lidar como essa criança, o envolvimento da família, as adaptações necessárias e as dificuldades de inserção na rede regular de ensino”, explica. “Nunca aceitei que Yuri estudasse em uma escola especial”.

Segundo o professor adjunto da Ufba, fisiatra e escritor do prefácio da primeira edição Alberto Alencar Carvalho, o tratamento de crianças com problemas motores não é apenas de responsabilidade médica. É, sobretudo, esforço e dedicação da família. “Cristina, com criatividade, inteligência e apoio do marido, percebia as deficiências maiores de Yuri, colocando em prática um plano de ajuda e correção”.

Segundo Carvalho, Yuri progredia a cada etapa, que pode ser acompanhada no livro, sendo um estímulo para novas criações e esforços. “Por isso tudo, este livro mostra como a família pode contribuir para reabilitar uma criança que tem problemas”, conclui.

O segundo livro é mais técnico. “Traz ainda a questão da família, mas trata de esclarecer a fundamentação técnica científica do tratamento e expõe a visão de um neurologista sobre a equoterapia”, afirma a autora. O livro aborda também estudos científicos na área e conceitos básicos da psicologia. "O livro Minha Caminhada 2 vem contribuindo como referência em trabalhos acadêmicos de conclusão de curso nas áreas de saúde e educação", afirma.

Segundo o médico, psicanalista, psiquiatra e analista institucional Jorge Márcio Pereira de Andrade, o projeto de reabilitação que o livro apresenta no campo das paralisias cerebrais serve para manter a visão de que a vida pode ter muito mais possibilidades do que limitações. “Maria Cristina, através do livro, instiga a crer que a dignidade humana é inerente a todos os seres humanos, logo para pessoas com deficiências. O livro nos mostra como a família pode contribuir para reabilitar uma criança que tem problemas”, afirma Andrade.

Maria Cristina também ministra palestras, participa de Congressos sobre a diversidade e a equoterapia e é uma das pessoas mais respeitadas e conhecedoras do assunto. “Acredito que os livros possam auxiliar aqueles pais que têm de lidar com o tratamento também em casa. A intenção é mostrar que outras pessoas também convivem com a paralisia dentro de casa, mas que há uma oportunidade de melhora”, analisa.

Equoterapia: Qualidade de vida sobre cavalos.

Quem anda a cavalo sabe como é prazeroso praticar essa atividade, mas nem todas as pessoas sabem os benefícios da equoterapia ou até mesmo não conhece a especialidade. A equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo como instrumento de reabilitação e desenvolvimento para pessoas portadoras de deficiências e ou com necessidades especiais.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE) 14,5% da população apresenta algum tipo de deficiência mental, auditiva, visual ou múltipla (duas ou todas ao mesmo tempo). Esses dados refletem a necessidade de desenvolver-se uma política educacional para intensificar a orientação família, com capacitação de professores para uma educação especial.


Os especialistas comprovam cientificamente os benefícios da equoterapia para praticantes com encefalopatia, acidentes vasculares cerebrais, crônica da infância, traumas crânio encefálicos, atrasos maturativos, formas psiquiátricas e psicoses infantis, autismo, Síndrome de Down, dependentes químicos, estresse e depressão, hiperatividade, dificuldade no aprendizado, timidez, falta de coordenação motora, reeducação de postura, problemas ortopédicos, distúrbios visuais e ou auditivos.

De acordo com o coronel Lelio de Castro Cirillo, fundador e presidente da Associação Nacional de Equoterapia (Ande Brasil), o tratamento tem uma longa história: a primeira equipe de equoterapia se formou na I Guerra Mundial. Porém, o método de equitação é considerado um meio de regeneração da saúde há mais de 300 anos antes de Cristo. A técnica só chegou ao Brasil em 1989, ocasião em que foi fundada a Ande. Atualmente, a associação conta com 169 centros básicos associados em todo território nacional e aproximadamente 15 mil pacientes, relata a secretária executiva da entidade, Fátima Barboza.

Ainda de acordo com a Ande-Brasil, existem hoje em nosso País cerca de 210 centros de equoterapia, sendo 58,7% localizados na região Sudeste, 21% na região Sul, 11,2% na região Centro-Oeste, 8,4% na região Nordeste e 0,9% na região Norte.

Atualmente, a equoterapia pode ser oferecida pelo SUS(Sistema Único de Saúde) pois se trata de uma metodologia utilizada no tratamento fisioterapêutico.A Secretaria Municipal do Trabalho, Assistência Social e Direitos do Cidadão, representado por Dr. Antônio Brito, apoia o projeto da entidade.

ABAE realiza workshop sobre Equoterapia

A Associação Baiana de Equoterapia (Abae) através do Programa de Apoio às famílias, promove no dia 18 de julho ás 13 horas, no auditório da Instituição, em Itapuã, um workshop sobre Educação Inclusiva: um Compromisso da família, da Escola e da Sociedade. A palestra é ministrada pela pedagoga e presidente da associação, Maria Cristina Guimarães Brito e pela psicóloga Marcelle Santos Guimarães.

O evento objetiva expor aos pais e praticantes da terapia, o trabalho de responsabilidade social da entidade, não só na assistência terapêutica, mas todo o contexto que envolve a família em um primeiro plano, que é voltado para a habilitação e reabilitação dos pacientes.

Eventos como este são iniciativas de Maria Cristina, presidente da ONG e mãe de Yuri Guimarães Brito, portador de paralisia cerebral e principal motivador da implantação da ABAE na Bahia. As palestras têm por finalidade conhecer a realidade de cada família constituída por pessoas especiais, dando suporte psicológico, educacional e de conscientização da realidade vivida por cada família.

As reuniões são realizadas trimestralmente com os pais e familiares dos pacientes, com a presença dos profissionais que colaboram com a instituição, discutindo temas diversos relacionados aos pacientes e familiares. As palestras são principalmente, auxílio aos familiares do paciente que continuam o tratamento em casa.

Com esse intuito, a pedagoga Maria Cristina Brito, procura expor aos pais os fundamentos principais e de caráter social da entidade, apresentando, inicialmente, o que é a Associação Baiana de Equoterapia, suas finalidades, metas e objetivos. “A entidade é apresentada as famílias como um espaço que é de todos nós e que devemos zelar, para que permaneça fazendo seu trabalho e ajudando famílias”, diz.

Temas principais
Os temas mais abordados são: Equoterapia uma realidade na Bahia.
A importância da família no processo educacional e psicoterapêutico.
O que é a paralisia cerebral?
Educação...um direito de todos
Abordagem sobre algumas patologias: paralisia cerebral, síndrome de Down, autismo.

Profissionais indicam Equoterapia

Crianças com postura incorreta, dificuldades em sustentar o tronco e equilibrar-se, decorrentes de patologias associadas à deficiência cerebral, como Síndrome de Down, autismo, Distúrbio de Déficit de Atenção (DDA), ou ainda, pacientes que sofreram acidente vascular encefálico (AVE), encontraram um forte aliado na busca pela estabilidade emocional e física em um tratamento conhecido como Equoterapia.

Há 12 anos, a Associação Baiana de Equoterapia (ABAE-BA), aliada à Polícia Militar da Bahia (PM-BA), vem dando seguimento à prática até então incomum no estado. São 13 profissionais, divididos nas seguintes especialidades: fisioterapia, psicologia, Pedagogia, fonoaudiologia e terapia ocupacional, além dos 3 estagiários e dos auxiliares de apoio, que são os policiais militares cedidos pela Polícia Montada da Bahia.




A fonoaudióloga Andresa Marques, Colaboradora da ABAE há um ano e meio, observa ganhos neuroevolutivos significativos no tratamento equoterápico. “Podemos observar a celeridade na evolução terapêutica. Crianças com síndrome de Down e alteração do movimento oral, evoluem a intenção comunicativa, e já conseguem soltar beijo para o cavalo”, comenta empolgada.

Já o pedagogo Hugo Guimarães, que contribui para a ABAE há quatro anos, é trabalhado a parte cognitiva do paciente. São acompanhados a memorização, indicação do nível concentração, atenção percepção, memória e raciocínio. Através deste profissional é que é possível identificar, por exemplo, se uma criança pode ser inserida em uma rede de ensino convencional.

Caso a criança já esteja freqüentando uma instituição de ensino, o especialista trabalha junto à escola, com auxílio pedagógico. “O ambiente favorece bastante. É possível trabalhar a numeração, por exemplo, através da contagem dos cavalos e tudo o que compõe o cenário”, diz. “Na equoterapia, o trabalho tem que ser todo baseado na criatividade do profissional”, completa.
Pondo em prática as teorias aprendidas em sala, há ainda o apoio de estudantes de fisioterapia e psicologia do Centro Universitário da Bahia (FIB). “Mesmo sem atenderem sozinhos aos pacientes, eles tem fundamental importância no auxílio aos profissionais, e aprendem bastante colocando em prática os conhecimentos obtidos em sala de aula”, diz Maria Cristina.

Antes de elaborarem suas funções, os estudantes interessados assinam termo de voluntariado após visita, conhecimento e identificação com o trabalho. “E essa identificação é fundamental” reforça a presidente da ABAE, que avalia o trabalho feito com cavalos, um instrumento expressivo na busca por melhoras, o que inclui a promoção da auto-estima. ”O ambiente lúdico ajuda bastante no interesse terapêutico pelo paciente, que somada a outras terapias, consegue importantes resultados”, diz.